Há dias, a poesia não vive...
Porque há partidas onde nunca cheguei
palavras que nunca disse e por quem me apaixonei
outras, jamais as direi
há paixão que ainda não vivi
e o amor que já te dei e não dei
Há dias assim...
Tudo esfria, no corpo, na alma, no coração
no vasto silêncio dos dias, o tempo chora lento
(a tua ausência, o reencontro no pensamento )
o poema adormece-me no deserto da mão
Há flores, dias e noites, indiferentes às minhas aflições
O grito guardado
a saudade em brasa e arde
um toque esquecido no passado
Há dias assim...tudo é em vão
O mundo revirado
no avesso de mim mesma
as lágrimas ferem a realidade
Foram dias assim, amei-te sem saberes
Os poemas amarrotados, gritavam na gaveta, abandonados...
As nossas recordações