Despertei de braço dado com o tempo
(juiz de todos os medos)
(juiz de todos os medos)
A memória assaltou aqueles momentos
que desejei enterrar para sobreviver
no fantasma do passado e a revolta do meus erros
acordei a morrer
O mundo das lembranças e tudo me consome
Relembro cada pedaço do que fui, sou e possui
mar revolto, calmo
o que destruí e construí…
o que destruí e construí…
O mundo das lembranças e tudo me consome
O suicídio da pele, a prisão onde a alma se isolou
algemada de emoções, liberto-me num grito silencioso
atiçando a chama das recordações onde tudo começou
Os sentimentos condenam-se com fome....
Os sentimentos condenam-se com fome....
A dor esgota-me as forças, fere-me os lábios saudosos
o toque maquiavélico dos dedos procura reviver
os gestos de um poema na caricia de sermos nós
(ouvindo-me no corpo tanto querer)
Penso e repenso, soluços e saudades
amor proibido nas madrugadas em receio
do abandono entre tantas flores
e ainda respiro o teu cheiro
Cega das lágrimas
a poeira da solidão crua
tão minha e longe da tua
No abrigo da melancolia, adormeço para esquecer
O funeral da mágoa ressentida num pranto diário
dos versos inacabados que envelheceram na mente
o desejo consumido, sofrimento sem horário
e esse pesar ardente que uma flor sente
Fecho a cortina dos olhos, sonho viver
( invento o sol do teu sorriso para não chover)